* Modelo cívico-militar de educação pública completa três anos com uma escola em Taguatinga

16 11 2022 flagranteescolaTaguatinga16/11/2022

Em 2019, o Distrito Federal passou a contar com um novo modelo educacional na rede pública de ensino: o projeto Escolas de Gestão Compartilhada (EGCs), em parceria com a Secretaria de Segurança Pública e o Ministério da Educação. O modelo visa promover o desenvolvimento cívico nos colégios. Três anos após o início do projeto, já são 15 escolas com o formato implementado e mais duas aprovadas para a execução, ainda a ser definida. Mais de 15 mil alunos são atendidos pelo modelo. Do total de 17 colégios cívico-militares, 13 adotam a gestão compartilhada entre as secretarias do GDF de Educação e Segurança Pública, sendo seis com apoio da Polícia Militar e cinco com o Corpo de Bombeiros, totalizando um efetivo de 140 militares. As quatro restantes são uma parceria com o Ministério da Educação, com a presença do efetivo das Forças Armadas. As corporações ficam responsáveis pela área disciplinar, além de atividades extracurriculares. O Centro de Ensino Fundamental 19 de Taguatinga, que conta com mais de 600 alunos do 6º ao 9º ano, é uma das escolas do projeto. Implementado em agosto de 2019, o modelo já muda a rotina do colégio. “Já colhemos os frutos. O fato de ter uma equipe que trabalha exclusivamente com a parte disciplinar faz com que a gente possa se dedicar mais à parte pedagógica”, classifica o diretor pedagógico do CEF 19 de Taguatinga, Toshiro Celestino Yamaguti. O diretor conta que a mudança não se limita à área administrativa, professores e alunos também foram impactados positivamente pela transformação. “Para o estudante, o convívio interno melhorou bastante, porque aqui dentro não tem ocorrências de violência e brigas. A parte externa também se beneficiou, porque diminuiu a presença de elementos estranhos e assaltos nos arredores da escola”, conta. “Para o professor, temos a otimização do tempo em sala de aula. Os alunos se mantêm mais em sala de aula, porque a equipe ajuda a organizar a rotina interna”, completa. No caso do CEF 19, a gestão é compartilhada com o efetivo do Corpo de Bombeiros. A corporação prefere indicar aos colégios militares que tenham formação ou afinidade com a área. Mesmo assim, todos são capacitados. Responsável pela direção disciplinar, o capitão José Augusto conta que a equipe dos bombeiros faz o acolhimento dos alunos, mantendo a organização, a disciplina e promovendo a formação cívica e de ordem básica, além de atender as famílias no caso de problemas disciplinares. “É um desafio para nós. Aqui é igual ao Corpo de Bombeiros, todo dia é um incêndio para apagar. Mas a gente acaba se envolvendo. Chegamos militares e vamos sair educadores”, comenta. “A questão não é de doutrinação, é de organização. A educação é responsabilidade de todos, se a gente consegue facilitar o trabalho dos professores e desenvolver a vida dos alunos. Buscamos criar um ambiente tranquilo”, afirma.
Texto: Francisco Welson Ximenes
Foto: Agência Brasília