* Referência no Brasil, Banco de Leite Humano do Hospital Regional de Taguatinga faz 44 anos
04/11/2022
De setembro de 2021 a setembro de 2022, o Banco de Leite Humano do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) realizou 16.917 atendimentos, recebeu 600 doadoras e distribuiu 3.018 litros de leite a 2.621 bebês. Nesse mesmo período, o Corpo de Bombeiros Militar do DF colaborou no recolhimento da coleta domiciliar em 4.012 visitas. A corporação é parceira da Saúde no serviço há 34 anos. Comemorando 44 anos, o Banco de Leite do HRT é considerado referência no Brasil. Em 1978, os pediatras do HRT notaram que a incidência de recém-nascidos e crianças com diarreia e doenças respiratórias vinha crescendo no Distrito Federal. A dificuldade das mães na amamentação e o forte investimento da indústria alimentícia no consumo da fórmula desenvolveram alergias de crianças ao leite artificial. O Brasil ainda não tinha uma política de incentivo ao aleitamento materno. A equipe médica, em conjunto com o Rotary Clube Taguatinga Norte, decidiu, então, replicar no DF um modelo implantado no Rio de Janeiro e em outras três cidades brasileiras (Porto Alegre, São Paulo e Ribeirão Preto). Nascia em 19 de setembro daquele ano o Banco de Leite Humano do HRT, o primeiro do DF e o quinto do país. O espaço é referência na coleta, no processamento e na distribuição do leite materno, tanto distrital quanto nacional e mundial. É frequente profissionais de outros estados e países recorrerem à unidade para treinamentos por indicação da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). O Governo do DF tem bancos de leite em dez hospitais regionais responsáveis por receber, pasteurizar e repassar o alimento a recém-nascidos em internação neonatal. Também orientam as mães na prática da amamentação e na melhor pegada do bebê ao bico do seio, um ato que, por ser menos instintivo do que parece, causa desconfortos e feridas, levando muitas mulheres a recorrerem à fórmula quando o líquido começa a empedrar no peito. “Leite materno é vida, previne doenças e infecções por suas propriedades mantidas na pasteurização e salva muitos recém-nascidos. Aqui, trabalhamos com bebês prematuros e de baixo peso”, explica a chefe da unidade do HRT, Valcilene Pinheiro.
Texto: Francisco Welson Ximenes
Foto: Agência Brasília